8 de jun. de 2019

Lambretta a peso de ouro

Encontro Clássicos Interclubes de Junho, em Goiânia. Arquivo próprio.


    Não faz muito tempo, nem vinte anos, o dono de uma oficina de Lambrettas disse que me entregaria uma delas por seiscentos reais. Corrigido, isso hoje não dá mais do que novecentos. O grande problema é que eu estava desempregado e contava moedas para pagar a passagem do ônibus. Uma particularmente feia e maltratada, embora funcionasse, estava por menos de trezentos e cinqüenta.

    Não estavam ruins, as opções que me ofereceu. Marcas do tempo, algumas com pequenos amassados, uns descascados na pintura, mas a rigor todas aptas ao trabalho de leva-e-traz que me livraria da dependência dos malditos paus-de-arara que cobram os tubos para te sacolejar e machucar à menor frenagem brusca. Quem é de Goiânia sabe o que digo, quem é do Rio de Janeiro se desespera só de lembrar que precisará daqueles calabouços ambulantes novamente.

    Na época, início do século, desde os anos 1980 que uma Lambretta não valia nada. Dependendo da aparência, ainda que funcionasse bem, não valia mais do que seu peso como sucata. Ela tem seus pontos fracos, é claro. Os pneus de aro 10" são muito vulneráveis a buracos e lombadas, embora isso nunca tenha sido empecilho em cidades com pouca infraestrutura no interior.

    Fazer curvas fechadas em alta velocidade com ela é um desafio, porque o assoalho é largo e baixo o suficiente para raspar e até derrubar os candidatos a piloto de corrida. Por isso, quando estavam em alta, havia os que retirassem o assoalho para participar de competições de rua, que Goiânia já teve... o asfalto ainda era bom o bastante para isso.

    O motor é um caso à parte, sua concepção é pré-guerra, isso lhe custa caro para quem quer status e (a concepção vigente de) diversão. O motor dois tempos de 175cc da Ii 1971 não passa de 9cv, que hoje é potência para 100cc ou menos.

    Já deixei vocês tristes, agora vamos às virtudes. Em primeiro lugar, todos os pneus têm as mesmas medidas, e ainda há um estepe. Que motocicleta tem estepe? A fixação dos pneus os torna fáceis e rápidos de trocar, e seu tamanho os torna leves, até mesmo uma criança maiorzinha, com treino, consegue fazer o serviço. Empurrar uma Lambretta a procura de uma borracharia é piada.

    O assoalho, que gera críticas dos infratores de trânsito, permite que se viaje por horas sem cansaço, porque viaja-se sentado, com os pés bem apoiados e, se precisar, dá para levar as compras lá. Junto com o peito de aço, igualmente largo, é um grande amigo das usuárias de minissaias, porque ninguém vê nada, a privacidade é garantida não importa o tamanho da peça.

Encontro Interclubes em Goiânia, em Novembro de 2018. Modelo da Pin-up Girls Gyn. Arquivo próprio.

    A troca de marchas é no manete direito, girando-se o dial. Nada de dar toques e correr o risco de a marcha não entrar, ou entrar a marcha errada. Lá está a indicação da marcha que está engatada. Se uma motocicleta vier com isso hoje, a fábrica fará um estardalhaço como se fosse a última conquista tecnológica da humanidade, e cobrará o preço por isso.

    O motor dois tempos, banido pelos índices de poluição, que o uso de óleos vegetais resolveria sem maiores dramas, embora gire pouco e assim gere pouca potência, tem muita força. Eu já testemunhei nos idos de 1986, a insólita cena de uma Lambretta vencer um longo e íngreme aclive enlameado com pai na frente, mãe atrás, um rebento entre eles e mais dois, um no assoalho e outro no estepe... Foi uma loucura, porque ela subiu. Não muito rápido, mas subiu! Havia carros de tração dianteira sofrendo para fazer o mesmo!

    Embora precise misturar combustível e lubrificante no tanque, é uma máquina muito robusta e confiável, que se bem cuidada não dá manutenção praticamente nenhuma. A tradição da Lambretta de fabricar veículos em duas cores, dá uma personalidade que a pasteurização do design faz os fãs da Honda CG terem saudades das versões antigas, especialmente a redondinha que já foi descaradamente clonada por fabricantes chineses no Brasil.

    Apesar de a velocidade ser motivo de piada, é possível viajar em uma Lambretta, especialmente porque ela permite levar bagagem sem desconfortos ou perda de segurança, com acessórios de época o estepe pode se converter em bagageiro. Vai devagar, mas chega. Para uso urbano a potência sobra e o charme chama mais atenção do que essas horripilâncias empinadoras de derrièrre, que só chamam atenção de homem mesmo.

    O nome é tão forte, que a Lambreta voltou a ser produzida, mas agora sem o apelo popular de outrora. Ver aqui, aqui e aqui. Agora ela é cara e a pintura em dois tons é opcional, mas ao menos a robustez do quadro foi mantida.

    Por tudo isso, aquela Lambretta arrebentada que citei no começo por R$ 350,00, não sai hoje por menos de mil. Os fãs perderam a vergonha e estão restaurando as suas, e a demanda fez o preço subir muito, mas também fez a oferta de peças e mão-de-obra crescer consideravelmente; o que aumenta o argumento de venda e consigo o preço. Se antes não valiam mais do que seu peso como sucata, hoje a sucata de uma vale seu peso em ouro.

24 de out. de 2015

Aero Willys / Itamaraty


Um dos carros mais importantes dos anos 60 no Brasil, o Aero Willys foi um dos pioneiros no design nacional, veja a história...

30 de out. de 2014

Racionalidade sobre rodas

  Em pleno trabalho, indo do meu emprego para esperar por um Caio Apache Vip, flagrei esta bem conservada picape Kombi descendo a Rua 10, no Setor Sul, indo para a Avenida Universitária, que é sua continuação no Setor Universitário.

  Como a Kombosa fechada, a picape nunca primou por conforto, desempenho, estabilidade ou mesmo segurança passiva, esta mais por teimosia da direção da Volkswagen do que por qualquer motivo técnico. Leve, com cerca de 950kg, a picape cabine simples consegue a façanha de carregar mais de 1100kg de carga total, em rodem de marcha.

  Para quem se acostumou a ver picapes diesel passando fácil dos 100cv e levando menos de 800kg, parece um absurdo imaginar um motor que variou de 36cv a 67cv, na última versão a álcool, carregar quase 50% mais de carga útil com metade da potência máxima. O resultado é o esperado, baixa velocidade final, aceleração sonolenta e uma diferença gritante no desempenho entre a situação de ter só o motorista e levar carga total. O facto de as laterais da caçamba também baixarem e poderem ser retiradas, dá uma versatilidade que nenhuma picape tem até hoje. Nem vou falar do enorme porta-malas que há embaixo do assoalho, seria covardia.

  Este é um ponto curioso, porque determinou tanto o sucesso estrondoso, quanto o fim da produção na virada do século. Por ser muito leve a baixa potência proporciona um excelente consumo de combustível, além da legendária confiabilidade do motor boxer a ar, de onde nasceram os motores Porsche e Subaru. O custo e a freqüência de manutenção são desprezíveis, se compar aos outros utilitários, especialmente aos que conseguem levar mais de mil quilos na carroceria. Essa mesma leveza atenua o efeito da baixa potência com carga máxima, deixando o desempenho aceitável para o uso a que se destina; É um veículo absolutamente racional.

  O problema é que a Kombi, em todas as suas versões, praticamente parou no tempo. Só a saudosa Kia Besta conseguiu forjar uma evolução consistente, por ser a única concorrente que teve em toda a sua história no Brasil, porque lá fora ela teve muitas. Com isso se tornou cada vez mais difícil adequá-la às novas legislações e à exigência do consumidor, que passou a usar veículos de carga como esportivos de luxo. Uma aberração, sim, mas uma aberração que faz parte da cultura brasileira, cedo ou tarde chegaria às picapes.

  Como não podem deixar de notar, o automóvel mais versátil do mundo não conseguiu se manter apenas com o apelo da lucratividade, já que playboy só quer lucrar dentro da empresa, fora dela quer é torrar tudo. Menos interessante do que as pesadas S10 e Ranger, que custavam mais do que o dobro e levavam muito manos carga, o caminho ficou livre para a também cara e pesada Amarok.

  Ver uma Kombi dessas em ação e boas condições, é muito difícil, porque a maioria dos proprietários é feirante, e eles usam o carro até ele não conseguir mais sair do lugar, então vendem como sucata.

25 de set. de 2014

Griffon

O Griffon foi um esportivo nacional apresentado em 1982, desenvolvido por dois engenheiros aeronáuticos...

27 de ago. de 2014

Uno 2015

Divulgação
A Fiat apresentou o Uno reestilizado para 2015,  de novidades ele ganhou uma nova frente que inclui parachoque com novo desenho onde a entrada de ar está mais baixa e menor mas em contrapartida surgiu uma nova entrada logo acima, a moldura dos faróis auxiliares está um pouco mais acima deixando paralela a linha da entrada de ar , o capô tem vincos que acompanham o formato dos faróis que estão mais afilados e dão a impressão de estarem mais altos, aquele ressalto (ou bolha) do lado que invade a lateral não existe mais, a nova grade superior agora é preta. Na traseira também tem novo parachoque e a nova lanterna dá a sensação de que as luzes são vários cubos flutuando, por dentro o Uno ganhou um novo painel. Outra novidade é o sistema Start&stop que em trânsito pesado basta parar o carro em ponto morto, que o motor desliga automaticamente, é o primeiro modelo nacional a contar com esse sistema.

19 de ago. de 2014

Xavante da Sabesp

Este Gurgel Xavante ficou muito tempo parado no estacionamento da Sabesp de Itapetininga/SP, essa foto tem uns 3 anos, mas ele sumiu de um tempo pra cá, espero que ainda esteja inteiro.

18 de ago. de 2014

Novo Fox 2015

A VW apresentou o novo Fox 2015, com ares de Golf o compacto passou por sua terceira reestilização e agora tem a missão de tomar o lugar do Polo (que deve sair de linha em breve) como o principal compacto premium da marca, as principais mudanças são na dianteira com novos faróis, capô, grade mais afilada, novo parachoque  e na traseira conta com novas lanternas horizontais que invadem a tampa do porta-malas, o novo formato da lanterna mudou o desenho do corte entre o parachoque e o paralama traseiro, a abertura da tampa do porta-malas passa a ser pelo logotipo da Volkswagen, o painel também passou por mudanças e a versão Highline passa a contar com o novo motor 1.6 MSi e câmbio manual de 6 marchas.

147 Lançamento 1976

Apenas o necessário, rs.